A estação de Vitória de Santo Antão foi inaugurada em 1886. A estação passou por alguns episódios interessantes na época da Coluna Prestes: "Na mesma época que a Coluna Prestes se encontrava no Nordeste foi transferido do Rio de Janeiro para o Recife o tenente Cleto da Costa Campelo Filho, que havia prometido ao comando da Coluna Prestes que iria levantar parte do Exército em Pernambuco
O pulso firme de um político e seu perfil como cidadão servem como gancho para o livro Sim, sim..não,não! Que trata da biografia do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Vitória de Santo Antão, José Augusto Ferrer. A publicação, considerada um registro histórico para o município, levou o professor universitário e integrante da Academia Vitoriense de Letras, Pedro Ferrer, a um trabalho de pesquisa que durou três anos. O lançamento está marcado para o próximo dia 30, quando o grande homenageado completará 82 anos. “Ele foi um homem que nunca se acomodou, investiu no comércio, foi um dos primeiros diretores da Engarrafamentos Pitú na década de 40, mas foi na política que pôde mostrar o quanto era apaixonado por esta terra”, destacou Pedro Ferrer. No livro, 11 capítulos percorrem a sua trajetória, indo das raízes, como no tempo em que residiu no bairro de São José, até os bastidores de sua campanha política para a prefeitura de Vitória, em meados da década de 50, como para deputado estadual no final dos anos 70.
Como prefeito, a sua popularidade chegou ao auge. José augusto Ferrer assumiu o cargo duas vezes, priorizando sempre a educação. No primeiro mandato, em 1960, construiu o grupo escolar Pedro Ribeiro, implantando o primeiro curso de segundo grau no município. Outro destaque foi a construção da Avenida Silva Jardim, que ligou a cidade à BR 232. Na segunda gestão, em 1969, reformou as salas de aula e trouxe o Ensino Superior. Nesta época também ajudou na construção do teatro Silogeu, reforçando as atividades culturais da Região. Em seu mandato legislativo, atuando como deputado, de 1979 a 1982, não deixou de priorizar as demandas de sua terra. Foram inúmeras as obras de pavimentação, construção de passarelas e reforma de estradas tanto em Vitória de Santo Antão como nos vizinhos Pombos e Glória do Goitá.
Os fatos políticos se misturam às curiosidades de sua personalidade, regada de muita sinceridade e coragem. Quem também contribuiu com as informações foram os amigos feitos na época, não só cidadãos e familiares, mas importantes nomes do cenário político. Jarbas Vasconcelos, Dorany Sampaio e José Queiroz relatam sobre a amizade que têm pelo ex-político.
Osman Lins nasceu a 5 de julho de 1924, em Vitória de Santo Antão (PE). Publicou seu primeiro romance, O visitante, em 1955 e, em 1957, Os gestos. Em 1960, concluiu o curso de dramaturgia na Escola de Belas Artes, da Universidade do Recife. Estreou peça de sua autoria, Lisbela e o prisioneiro, no Rio de Janeiro, em 1961. No mesmo ano, editou o romance O Fiel e a Pedra. Em seguida viajou para a Europa como bolsista da Alliance Française. Em 1962, transferiu-se para São Paulo. Publicou, em 1966, Nove, novena, narrativas e Um mundo estagnado, ensaios sobre livros didáticos de português e a peça Guerra do "Cansa-Cavalo" . Em 1970, ingressou no ensino superior como professor de Literatura Brasileira. Em 1973, publica Avalovara, romance, traduzido posteriormente para o espanhol, francês e alemão. Obtém o grau de Doutor em Letras pela Faculdade de Filosofia e Letras de Marília (1973), com a tese "Lima Barreto e o espaço romanesco", publicada em 1975. Foi professor titular de Literatura Brasileira na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Marília (SP) até 1976, quando deixa o ensino universitário dedicando-se exclusivamente à atividade de escritor. Obras do autor: O visitante (1955) romance, Os gestos (1957) contos, O fiel e a pedra (1961) romance, Marinheiro de primeira viagem (1963) notas de viagem, Lisbela e o prisioneiro (1964) teatro, Nove, Novena (1966) narrativas, Um mundo estagnado (1966) ensaio, "Capa Verde" e o Natal (1967) teatro infantil, Guerra do "Cansa Cavalo" (1967) teatro, Guerra sem testemunhas: o escritor, sua condição e a realidade social (1969) ensaio, Avalovara (1973) romance, Santa, automóvel e soldado (1975) teatro, Lima Barreto e o espaço romanesco (1976) ensaio e A Rainha dos Cárceres da Grécia (1976), romance.Seu conto "A ilha no espaço" foi adaptado e apresentada no programa Caso Especial da TV Globo.A partir de 1976, começa a colaborar ativamente na imprensa e a escrever para televisão, além de redigir ensaios em colaboração com Julieta de Godoy Ladeira: Do Ideal e da Glória e Problemas Inculturais Brasileiros. Recebeu os prêmios literários: "Fábio Prado" (SP),1955, "Monteiro Lobato" (SP), "Coelho Neto", da Academia Brasileira de Letras (1955), "Vânia Souto Carvalho" (Recife), 1957, "Nacional de Comédia", "Mário Sette" (Recife), 1962 e "José de Anchieta" (SP), 1965. Faleceu em São Paulo a 8 de julho de 1978.O texto acima, publicado em "Os Gestos", Editora Melhoramentos — São Paulo, 1975, consta também do livro "Os cem melhores contos brasileiros do século", seleção de Ítalo Moriconi, Editora Objetiva — Rio de Janeiro, 2000, pág. 190.
Porque redigi sobre a morte de José Augusto Ferrer, me perguntaram se eu sabia alguma coisa sobre seu arqui-inimigo, Dr. Ivo Queiroz, morto há tantos anos, celebrado num dos maiores cortejos fúnebres a que Vitória já assistiu. Pois não.Conheci Dr. Ivo Queiroz pessoalmente. A política de Ivo era socorrista, botava a pobreza no colo, dava o diagnóstico e o remédio. Salvou muitas vidas. Contam que Ivo ficou rico calçando a cidade e construindo casa para o povo morar. Tinha uma pedreira. Uma das acusações mais ferrenhas é a de ter promovido o êxodo rural. No que construiu casinhas e doou, atraiu a matutada para a periferia. Precisei de Ivo duas vezes, e ele me atendeu imediatamente. Dizem que foi porque não lhe pedi dinheiro. No final, o campeão de urna levou uma lavagem de Breckenfeld e morreu de câncer. Guardo de sua figura uma frase histórica: "Não existe a palavra cansaço no dicionário do meu coração, amo mais o povo do que minha própria vida." Até mais, Ivo!
João Cleofas, o prefeito de Vitória de Santo Antão, Elias Lira, o vereador Gilmar Gomes e o jornalista João Álvares, em 1985
João com Arthur Lima
João inaugurando energia.
João, Barreto,
João Cleofas politica
João, com Getúlio .
Perfil João Cleofas
A ORIGEM CANAVIEIRA
As raízes de João Cleofas de Oliveira estão intimamente ligadas à Zona da Mata, mais especificamente à cultura açucareira de Pernambuco. Ele nasceu no Engenho Pirapama, em Vitória de Santo Antão, no dia 10 de setembro de 1899 (especula-se que no seu registro constava a data de 22 do mesmo mês e ano). Era filho de Augusto Teixeira de Oliveira e de Maria Florentina Teixeira de Oliveira. Foi no próprio engenho que iniciou os estudos de grau primário, sempre comandados de perto por sua mãe. Depois, interno no Colégio Porto Carreiro, no Recife, concluiu os estudos primários e deu seqüência ao seu aprendizado escolar.
A família Teixeira de Oliveira era proprietária de uma pequena usina de açúcar. Embora seu Augusto tivesse pouca instrução, dona Maria Florentina, mesmo de origem mais modesta, chegou a ingressar na Faculdade de Direito. Mas não terminou o curso, devido a questões de ordem pessoal e familiar, o que, de certa maneira, era bastante comum no final do século XIX, quando pouquíssimas mulheres tinham o direito, e mesmo o consentimento dos pais para freqüentar uma escola de nível superior. Em muitos casos, as mulheres eram tolhidas até mesmo de estudar cursos primário e de segundo grau. Isso ocorria, sobretudo, no interior do Nordeste, onde reinava, com brilho máximo, o coronelismo, numa sociedade excessivamente machista.
João Cleofas era casado com dona Maria Olenka Carneiro da Cunha de Oliveira, filha de Francisco Solano Carneiro da Cunha, deputado por Pernambuco na Assembléia Constituinte de 1934 e, depois, eleito deputado federal, permanecendo no cargo até o golpe que originou o Estado Novo, em novembro de 1937. Com dona Maria Olenka, João Cleofas teve seis filhos: Maria Deulina, João Murilo (este falecido), Augusto Oliveira, Maria Violeta, Maria de Lourdes e Maria Dulce. Dona Maria Olenka Oliveira faleceu no dia 9 de setembro de 1999, aos 92 anos.
Antes de decidir ingressar na política e na vida pública, Cleofas cursou a Escola Livre de Engenharia de Pernambuco. Em seguida, ele se transferiu para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro (posteriormente, Escola Nacional de Engenharia), pela qual conquistou o diploma de engenheiro civil, em 1921. Além de político e engenheiro, foi, também, empresário vitorioso, atuando no setor açucareiro. Recebeu várias condecorações, entre elas, a Comenda da Ordem do Rio Branco, a Medalha Almirante Tamandaré e a Medalha Ministro Fernando Costa. O ex-senador morreu de infecção pulmonar em 17 de setembro de 1987, aos 89 anos, no Rio de Janeiro, onde seu corpo foi sepultado no Cemitério de São João Batista.
A notícia do seu falecimento obteve grande repercussão na sociedade, principalmente entre os políticos e empresários que o conheciam. Os jornais noticiaram o fato e abriram bons espaços em suas páginas para falar sobre a morte e a trajetória de homem público percorrida por Cleofas. A começar pelo periódico Jornal da Vitória, editado em Vitória de Santo Antão, que estampou na sua primeira página da edição Nº 16 - ano IX: "Vitória perde o seu maior homem público: Morre o ex-ministro João Cleofas de Oliveira". O jornal registra que a Prefeitura Municipal, "numa demonstração do sentimento da comunidade pela despedida derradeira do valoroso conterrâneo, decretou luto oficial por três dias".
De acordo com o periódico, no dia da morte do ex-ministro, o comércio vitoriense, às 16 horas, cerrou as portas "em respeito à memória desse grande brasileiro". Registra, ainda, que os amigos de Cleofas prestaram-lhe homenagens por meio das emissoras de rádio locais. O Diario de Pernambuco, na edição de 18 de setembro de 1987, também dedicou ampla cobertura ao falecimento do ex-ministro, publicando matérias com declarações de pessoas que o admiravam.
O presidente da Assembléia Legislativa de Pernambuco à época, deputado João Ferreira Lima, foi um dos que externaram seu sentimento pela perda do amigo. "Figura das mais destacadas e conhecidas da comunidade pernambucana, João Cleofas foi um político e empresário com relevantes serviços prestados às causas maiores do nosso Estado, em particular, e ao Brasil, de modo geral. Era um cidadão corajoso e um político de muito descortino, que foi fundador da União Democrática Nacional (UDN) no nosso Estado, havendo disputado, inclusive por três vezes, a governança de Pernambuco", elogiou Ferreira Lima. "Os insucessos na vida pública não arrefeceram o seu ânimo de lutador, com o interesse que sempre teve na luta pelo progresso e pelo desenvolvimento do nosso Estado. Vale ressaltar, também, o seu talento como grande empresário, quer em Pernambuco, quer no Rio de Janeiro. A sua longa e laboriosa vida é um padrão de dignidade, dedicação e trabalho, que serve de verdadeiro exemplo para as novas gerações", completou o deputado.
Também na Câmara Municipal do Recife, alguns vereadores se pronunciaram elogiando a carreira política e empresarial do ex-senador. O vereador Mauro Godoy - que foi, inclusive, adversário político de João Cleofas e, depois, aliado - considerou o ex-senador "um exemplo de luta". A derrota de Cleofas contra Agamenon Magalhães para governador em 1950, quando perdeu por 10 mil votos, deixou em Mauro Godoy a certeza de uma "lição de civismo e respeito ao adversário". Para o vereador recifense, Cleofas foi "o mais puro expoente da legítima representação política do Estado".
Outro que enalteceu as qualidades do fundador da UDN em Pernambuco foi Aristófanes de Andrade, para quem o amigo e político era "uma das maiores vocações para bem servir ao povo, ao Estado e ao País". Puxando pela memória, Aristófanes disse que o velho político não tinha feito outra coisa senão trabalhar pelo bem de Pernambuco, pelo seu progresso e pela sua grandeza. Para ele, o ex-senador teria sido traído pelo povo a quem nunca traiu, por não lhe ter dado a oportunidade de governar a terra que tanto amou. "João Cleofas, nascido em Vitória de Santo Antão, quando ministro da Agricultura, depois de ter sido derrotado por Agamenon Magalhães, aproveitou o novo cargo que assumia e trabalhou, ainda mais, pelo Estado de Pernambuco", avaliou.
No livro de memórias Brasis que Vivi, publicado em 1992, o ex-governador de Pernambuco e ex-governador do então território do Amapá, José Francisco de Moura Cavalcanti, assim definiu Cleofas: "Era uma figura do passado. Eu já o encontrei submerso em remotas lembranças. Estava preso aos mil réis e aos seus feitos em 1930, em torno da água encanada. O político mais moderno a quem se reportava era Getúlio Vargas. Homem de bem, foi o meu castigo do passado, em andor de chumbo, difícil de carregar".
Em telegrama enviado à família, o então governador Miguel Arraes lamentou a morte do ex-adversário. Arraes ganhou a eleição de governador de Pernambuco em 1962 para Cleofas e soube do falecimento na praia de Porto de Galinhas, onde descansava, por intermédio do seu então secretário de Imprensa, jornalista Ricardo Leitão. Ele também colocou a estrutura do Governo à disposição da família, caso desejasse fazer o sepultamento no Recife. Os familiares agradeceram a gentileza de Arraes e informaram que já haviam decidido realizar o enterro no Rio de Janeiro mesmo, no Cemitério de São João Batista. "Em nome do povo de Pernambuco, expresso aos familiares e amigos do ex-ministro, senador e deputado pernambucano meus sinceros pêsames", dizia o telegrama de Miguel Arraes.
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Perfil De José Rufino.
José Rufino Bezerra Cavalcanti
Origem: José Rufino Bezerra Cavalcanti (Vitória de Santo Antão, 16 de agosto de 1865— (Recife, março de 1920), foi um advogado e político pernambucano.
Filho de proprietários rurais ligados à produção açucareira, foi usineiro no município do Cabo de Santo Agostinho e senhor de engenho em Vitória de Santo Antão. Aluno da tradicional Faculdade de Direito do Recife, concluiu seus estudos com 21 anos de idade.
Eleito presidente em 1919, desenvolveu uma política de conciliação entre as classes produtoras, aproximando os usineiros e os comerciantes. Acometido de doença incurável, foi obrigado a se afastar do cargo. Além do governo estadual, José Bezerra exerceu mandatos de deputado federal e senador, além de ter sido Ministro da Agricultura do governo Venceslau Brás.
O usineiro José Rufino Bezerra Cavalcanti governou Pernambuco entre dezembro de 1919 e março de 1922, quando morreu de ataque cardiaco, aos 57 anos de idade. Na carreira politica, tambem exerceu as funçoes de deputado federal, senador e ministro da agricultura do presidente Wenceslau Braz.
Nasceu em Vitoria (PE) em 16 de Agosto de 1865 e começou a vida de agricultor como rendeiro do Engenho Trapiche, no Cabo (PE), no engenho, José Bezerra fundou a Usina José Rufino, em 1912, em homenagem ao avo e ao pai.
Jose Bezerra era o maior acionista da Companhia Geral de Melhoramentos de Pernambuco, empresa que além de produzir açucar e alcool na Usina Cucau, construiu uma estrada de ferro ligando a usina ao municipio de Barreiros. Seu patrimonio incluia os engenhos Novo, Barbalho, Pirapama, Sao Joao, Malinote, Malakof, Mataparipe, Sao Pedro e um treço do Santo Inacio.
Era casado com Hercília Pereira de Araújo, que teve 11 filhos dos quais 7 sobreviventes, um deles, Jose Bezerra Filho que nasceu em 22 de Fevereiro de 1890 em Vitória de Santo Antão, PE, deputado estadual(PE)em 1920, prefeito do Cabo de 1923 a 1926, em 1940 foi presidente do Departamento Administrativo de PE, faleceu no Rio de Janeiro, RJ em 19 de Março de 1959.
A escolha de Jose Bezerra para o Ministerio da Agricultura é um fato curioso na historia do Pais. Em 1915, na época da aliança Minas-Sao Paulo, mais conhecida como politica do cafe com leite, Jose Bezerra disputou uma vaga para o senado com o conselheiro Rosa e Silva. Ele venceu a eleiçao mas quem assumiu foi o candidato perdedor, por interferencia do senador gaucho Pinheiro Machado por nao ter conseguido suceder o marechal Hermes da Fonseca, na Presidencia da Republica.
Ao saber da decisao, o presidente mineiro Wenceslau Braz exonerou o ministro da Agricultura e nomeou Jose Bezerra. O fato é contado no livro "Historia de uma Fotografia", de Gileno De'Carli. Jose Bezerra Neto diz que a principal caracteristica do avo era trabalhar visando a paz politica e o equilibrio orçamentario do estado. Jose Bezerra membro do Partido Oficial defendeu reformulaçao do sistema federal de impostos do seu tempo, baseado nas taxaçoes indiretas.
Jose Bezerra Neto destaca na vida politica do avo o emprestimo patriotico, em parceria com o ex prefeito do Recife, Lima Castro, os dois governantes pediram dinheiro à populaçao para fazer o calçamento de varias ruas do Recife: Hospicio, Raichuelo, Aurora, Concordia, Conde da Boa Vista e Cais Jose Mariano. Jose Bezerra assinou um decreto tornando o Estado fiador do emprestimo patriotico. A Prefeitura teve um prazo de 25 anos para devolver o dinheiro aos moradores, com juros de 7% ao ano. Leia mais no JORNAL DO COMERCIO, RECIFE, 22 DE JUNHO DE 1997 - DOMINGO - CADERNO CIDADES, quando saiu uma materia de 1 pagina sobre o casarao do Cabo.